segunda-feira, 27 de julho de 2015

Shockwave 2015 - Preparado para a batalha? 25 a 27 de setembro


"A oração não é uma preparação para a batalha; oração é a batalha." Irmão André
Ser livre para escolher sua própria religião, falar sobre Deus com qualquer pessoa e ter a Bíblia sempre em mãos – para os cristãos brasileiros isso é muito comum, mas para os cristãos norte-coreanos é um sonho distante.
Em nenhum outro país do mundo os cristãos são tão perseguidos como na Coreia do Norte. Para eles, crer em Jesus significa ser proibido de professar sua fé abertamente e ser torturado, preso e morto por um dos regimes mais opressivos do mundo. Você está disposto a entrar nessa batalha de oração pelos norte-coreanos?
O Shockwave é um desafio ao Corpo de Cristo. Uma onda mundial de oração pela Igreja Perseguida. Você escolhe o lugar: na sua casa, na igreja, em um parque, na faculdade ou no trabalho... Junte seus amigos para orar!
Vai realizar o SHOCKWAVE 2015? Então faça seu cadastro e tenha acesso a vídeos, sugestões de atividades e diversos materiais de apoio para ajudar você.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Carta Missionária de Moçambique


Jesus disse: “A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para sua seara”. Mateus 9.37-38

Esta palavra é tão real aqui na África! Em minha última viagem missionária estive no sul do Congo. Saí de Moçambique com mais dois pastores brasileiros, atravessamos o Malawi e a Zâmbia para chegarmos lá, num país que necessita muito do evangelho genuíno. Tivemos muitas dificuldades, mas o Senhor nos deu vitória onde parecia e era impossível Deus tornou possível.

Como residente há mais de dez anos em Moçambique, podemos entrar nos países da África Austral sem necessidade de visto, podendo tirar o visto na fronteira. Foi assim no Malawi e Zâmbia, mas no Congo foi nos dito pelo diretor de imigração: “Impossible! Voltem ao Brasil e vão a Brasília pedir o visto.” Foi um golpe em nós, e estávamos cercados de pessoas que queriam ganhar alguma coisa nossa. Sempre que pedíamos pra falar a resposta era a mesma: “impossível”. 

Depois de termos atravessado a fronteira da Zâmbia ficamos naquela terra de ninguém. Sem poder passar, tivemos que retornar a Zâmbia, mas o carro ficou retido. Fomos procurar um táxi que nos levou a uma cidade a 190km da fronteira onde passamos a noite. Na manhã seguinte, fomos a Embaixada do Congo, o embaixador a princípio nos disse “impossible”, mas nos ouviu e nos concedeu os vistos. Ao voltarmos à fronteira já era final do segundo dia e exigiram ‘outros vistos’, o que nos dificultou a passagem, que só foi possível no terceiro dia.

Nesse intervalo um congolês que queria receber algum dinheiro nosso, começou a nos ameaçar com palavras agressivas e ofensivas. Meu amigo, pastor Cesinha, aproximou-se dele e o tocou e falou do amor de Jesus, do nosso trabalho e que Deus queria salvá-lo, e que se ele pedisse Jesus tocaria nele naquela noite.

Dormimos na fronteira, e contávamos com a proteção do Senhor por causa dos perigos. No dia seguinte aquele congolês voltou e veio até nós muito diferente, tinha tomado banho, trocado de roupa, e veio sorrindo nos cumprimentar. O Cesinha orou por ele enquanto confessava a Jesus como Salvador, dentro do departamento de imigração e nós orávamos também. Quando terminou a oração um agente de imigração chamou o pastor Cesinha e, quando pensamos que teríamos problemas, ele pediu oração. Daqui a pouco tinham mais de dez agentes de olhos fechados e cabeça curvada recebendo orações. Oramos pelo diretor e por vários agentes (foto); eles nos pediam ‘propina’ e nós orávamos. Conseguimos passar a fronteira. O que era impossível, Deus tornou possível. 

O pastor Junior me falou várias vezes frase do tipo: “Nunca pensei estar na Zâmbia”; “Nunca pensei passar por esta situação”, e eu respondi a ele com esta frase: “O meu Deus é o Deus do nunca! Ele realiza o que nunca seríamos capazes”.

Entramos finalmente no Congo, paramos para o café e a senhora do restaurante pediu que orássemos por ela e pelo marido que bebia muito. Oramos pelo casal e quando retornamos ouvimos que ele estava sem beber desde que oramos por eles.

Não tínhamos percorrido nem um quilômetro, e tivemos a primeira barreira de polícia. Os agentes de controle de imigração disseram que nossos vistos eram ilegais, mas depois que falamos que éramos pastores, nos liberaram mas exigiram que orássemos por eles. Ficamos amigos, eles ficaram com nossos números e pediram que abríssemos uma igreja ali.

Seguimos até a cidade de Lubumbashi e encontramos o Evangelista Paciência e o irmão Patrik. Depois seguimos para a cidade de Kolwezi onde encontramos outros irmãos, com quem passamos quatro dias. Foi um tempo muito bom. Encontramos o irmão Patachaco (foto), que esteve perdido de sua família por mais de quinze anos por causa da guerra. Lá num campo de refugiados na Tanzânia ele encontrou seu irmão e, enquanto estava lá, ele ouviu a pregação do nosso irmão Yussufo e, ao voltar para Kolwezi, juntou um grupo de irmãos e cultuamos vários dias com eles. Foi um tempo de refrigério. Eles não tem templo e se congregam nas casas.

Durante a nossa viagem, a Luciane e as esposas dos pastores que estavam comigo, estavam numa reunião com outras irmãs brasileiras (a maioria missionárias) e, num momento de oração em nosso favor, uma delas teve uma visão na qual havia um carro e um anjo forte empunhando uma longa espada flamejante que ia à frente iluminando e rompendo o caminho. Ao longo das estradas fomos parados muitas vezes por militares armados com metralhadoras que exigiam muita coisa, e sempre terminávamos orando por eles, assim como todas as polícias que nos pararam. Oramos por eles, e abraçamos alguns que ficavam com lágrimas nos olhos, talvez por nunca ter recebido um abraço amigo. O Congo vem de guerra civil, e ainda há muitos focos de rebeldia. Louvamos ao Senhor que nos conduziu até ali, e oramos ao Dono da Seara que envie ceifeiros...

Lá eu lembrei de uma oração “...Ó Senhor se pudemos ser como essas ondas de rádio e atingir esta nação...” E a minha oração é: “Ó Senhor dá-nos ousadia e intrepidez para realizarmos a tua obra. Não te peço coragem, pois coragem seria necessário para não obedecer o teu chamado e tua ordem. Eu prefiro ter o temor e tremor e continuar fazendo a tua vontade.”

Aquelas pessoas nos olhavam com um olhar diferente, um olhar de esperança, como se tivessem a certeza que o Senhor se lembrou delas e nos enviou até lá.

Obrigado SENHOR pela vida do pastor Cesinha e pastor Junior que me acompanharam, e pela igreja que nos apoiou. Obrigado pelas nossas famílias e irmãos que estiveram conosco em oração. Queremos continuar Senhor a levar Tua Palavra de Salvação.

Obrigado a você, que nos tem apoiado neste ministério. Deus te abençoe!

Um forte abraço,
Em Cristo sempre,

Márcio, Luciane e família. — em Moçambique.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Asas de Socorro


Quanto mais distante se localiza um ‪‎povoado, menos recursos e mais ‪‎dificuldades ‬essas famílias encontram. Visitamos locais onde ‪‎nunca consultaram um ‪médico,‪ ‎odontólogo nem profissional da área de ‪‎saúde capacitado. 

As ‪crianças e muitos adultos não recebem ajuda do ‪governo, pois não possuem um documento sequer. Impossibilitando seu cadastro em programas assistenciais clássicos. Os nascimentos nesses locais, ainda são feitos por ‪parteiras e por líderes comunitários. Tudo de forma rústica. A maioria não possui nem ‪certidão de nascimento. ‪‎

Asas de Socorro leva ajuda em todos os sentidos. Primeiro encurtando a ‪‎distância ‬emocional, pois crê que todos são merecedores, primeiro de ‪amor, depois de cuidados e atenção especial. Asas de Socorro envia seus ‪‎missionários e também dá suporte para missionários de outras organizações. 

A ‪Amazônia é vasta, carente e extremamente rica ao mesmo tempo. Esse povo é ‎valente e luta diariamente para sustentar seus filhos, empregando o máximo de esforço para esse fim. Vivem em paz com a natureza e tem laços familiares profundos. Onde tem recursos escassos, a maioria se une para compensar as próprias fragilidades. 

Trabalhar na Amazônia é levar vida, e vida com ‪‎abundância. Alfabetizar, tratar as chagas, cuidar dos idosos, amparar as ‪‎viúvas e crianças. Quando ‪Asas chega numa comunidade, renasce a ‪‎esperança através de nossas ‪‎aeronaves. Pode não parecer muito, mas damos tudo e o melhor que temos nesse propósito: Levar a paz, amor, carinho e esperança que ‪Jesus Cristo tanto nos ensinou. 

E isso custa caro. Mas o preço maior Ele mesmo já pagou. E como diz em seu ensinamento: "Não existe amor maior do que esse, dar a vida pelo próximo." Junte-se a nós, ‪contribuindo financeiramente, ‪orando e doando seu trabalho como ‪‎voluntário. Você pode doar qualquer valor por uma ou mais vezes. 

 BRADESCO 
Ag. 0240-2 
Cc. 55508-8 

 CAIXA 
Ag. 2981 
Op. 003 
Cc. 1567-3 

 CNPJ 01.052.752/0001-69 

Envie seu comprovante de depósito/transferência para: projetos@asasdesocorro.org.br 

#AsasdeSocorro dá #asas aos que dão suas #vidas. 
Amazônia#TamoJunto #aviaçãomissionária 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

A Igreja é a manjedoura de missionários – seu berço. (Parte 1)

Princípios gerais para o envio missionário por parte da Igreja local:

Nunca enviar para longe, os que não são bênção perto.

Este é o princípio da bênção de perto. Exemplo: um seminarista em um seminário, não queria trabalhar em uma favela (enquanto estudava) porque se dizia chamado para China. Alguém que não está disposto a se dar em seu lugar de habitação, não estará disposto a se entregar longe de sua terra. 

Este princípio nos leva ao entendimento de que a missão se faz em grupo, sendo que a Igreja sente como parte de si própria o missionário que envia. Ao mesmo tempo podemos assim fazer bem entendido que a missão da Igreja que se faz através do deslocamento de um dos seus elementos, não invalida o alcance do grupo. Promovendo assim, celebridades e egos exaltados, mostrando assim que aquele (a) que vai ao alcance do perdido em terras remotas, é por si só um gênio ou dominador, se podemos assim dizer das “artes missiológicas”.  

Entendemos que o correto envio missionário, pode ser mais comparado com a articulação de um membro do corpo, do que da dissociação deste. Pois, no decorrer do tempo, o que como Corpo de Cristo podemos aprender, é que o fato de nos entendermos como corpo, nos possibilita também a correta movimentação desse corpo. 

Retirando todo julgamento, críticas e maledicências com relação à expectativa missionária, o missionário é aquele que se vale dos dons e capacidades de Deus para enriquecer o grupo a que pertence, e se vale da riqueza do grupo como também dessas capacidades extraordinárias mandadas por Deus, para participar do alcance daqueles que ainda não conhecem o evangelho. 

Não queremos dizer com isso que pessoas que foram ao campo missionário, sozinhas e com pouco apoio não sejam enviadas por Deus.

1.    Submissão do missionário em relação à liderança da Igreja é importante, assim como o seu espírito de iniciativa: Uma pessoa que tem problemas em OBEDECER à liderança da Igreja terá problemas sérios no campo onde a maioria do trabalho missionário é feito em Equipe – 12 jovens no Chade. 6 tinham visto de entrada e 6 apesar de orientados a este respeito entraram clandestinamente. Os 12 foram presos, não puderam ser libertados nem pela ONU por causa dos vistos e foram fuzilados. 

2.    O missionário deve em primeiro lugar ser “descoberto” pela Igreja, antes de o ser descoberto pela Agência missionária: Quando o missionário recebe o seu chamado missionário ele deve ser DESCOBERTO pela Igreja, ou seja, a Igreja deve vê-lo como tal e o começo do investimento em Missões deve ser feito nele em primeiro lugar pela sua IGREJA LOCAL e não por uma agência missionária, para que ele não tenha a sua visão BITOLADA a respeito de Missões – “você está fora do centro da vontade do Senhor” – missionário de uma “agência” para alguém que decidira trabalhar com outra agência missionária...

3.    O Incentivo ao preparo: O preparo missionário deve ser visto com muita preocupação e cautela. Assim como um médico não pode exercer as suas funções sem antes estar preparado através de aulas, testes de conhecimento e anos de residência e especializações, assim também o missionário deve ser ministrado e experimentado, para exercer a função para o qual foi proposto. Sabendo que é representante da Igreja do Deus vivo e tem plenos poderes, sendo representante pessoal de quem o enviou.  

A Igreja deve incentivar o missionário a preparar-se adequadamente para o seu trabalho – o pouco preparo é uma das grandes causas de fracasso no campo. 

Exemplo: Espanha - A. F. enviado a trabalhar com islâmicos – converteu-se depois de um desafio. Tinha apenas um ano de estudo num instituto bíblico e era recém convertido. 

4.    A Igreja deve cobrar do missionário que tenha planos bem desenvolvidos a respeito do que irá fazer (não projetos de longo prazo, um projeto de vida): Expectativa do que a Igreja espera do missionário se dá justamente naquilo que ele passa para a Igreja sobre o seu ministério – isto deve ficar muito claro e é lógico estar aberto para mudanças no meio do percurso.  

“Missionária no norte da África que faz o trabalho urbano e que manda fotos para sua Igreja como plantadora de Igrejas entre não alcançados tribais”.

5.    Sustento não envolve somente dinheiro para despesas pessoais – há projetos que a Igreja deve se envolver: O trabalho entre os Konkombas (Ronaldo e Rossana Lidório, em Ghana, Africa) envolveu além do sustento pessoal dos missionários: uma clínica (hoje atende quase 10 mil pessoas por ano); escola formal (em inglês com professores nativos – 114 crianças); escola na língua majoritária – 180 pessoas já aprenderam a ler em suas próprias línguas; tradução da Palavra para a língua majoritária do povo – impressão é coisa cara; construções – casa; locomoção; taxas de visto, poços artesianos, remédios etc. 

6.    Trabalho missionário não envolve somente o ministério de plantio de Igrejas diretamente – aviões, mecânicos, construções, medicina, etc: Há uma grande parte que é o ministério de apoio estrutural – na área de construção, tradução, digitação, manutenção de contato com as Igrejas que fazem parte do projeto, controle financeiro, divulgação etc.

7.    A Igreja deve envolver-se no treinamento do missionário – a começar pelo seu CARÁTER CRISTÃO, que envolve uma análise detalhada por parte da liderança da Igreja na perseverança do missionário, em sua capacidade de sofrer, sua convivência em equipe, etc: Analisar detalhadamente a vida do missionário, acompanhando-o de perto, num acompanhamento pessoal, espiritual, testando seus dons e capacidades, e também, num dos itens mais negligenciados por parte da Igreja, num acompanhamento emocional/psicológico.  

Missionária inglesa preparada, uma das melhores escolas de línguas do país, conhecimentos profundos a respeito do povo, mas instável emocionalmente – tentou o suicídio por duas vezes na aldeia e teve que ser retirada do campo e proibida de voltar. 

Problemas pequenos podem ser resolvidos, mas que quando se avolumam com a pressão que ocorre fora de si, do campo, suas necessidades, expectativas da Igreja enviadora, etc. fazem com que tudo possa explodir e tornar grande uma pequena deficiência. 

8.    A Igreja deve preocupar-se com o sustento de maneira a analisar cada campo de maneira diferente – cada realidade deve ser analisada separadamente: No Equador alguém viveria razoavelmente – de acordo com informações colhidas através de uma missionária equatoriana com 400 dólares – em Ghana 400 dólares é o que se gasta todas as vezes que o missionário no norte vai ao supermercado – só de combustível! 

Igreja local que cortou o sustento de um missionário porque descobriu que em suas compras (feitas de 4 em 4 meses) ele incluía uma caixa de coca-cola em lata. 

9.    Considerar o missionário “missionário” quando está no campo e quando está de volta – há Igrejas que deixam de mandar o sustento quando o missionário volta para o Brasil: Há missionários que vem para o Brasil de volta de suas Igrejas e passam por dificuldades tremendas na área financeira – isto faz com que cada vez mais tenham pouca vontade de voltar para suas Igrejas. Agências muitas vezes têm criado casas ou aptos para missionários em “férias”. 

10.  Quem deve pastorear os missionários? 
Às 6 horas da tarde, depois de levantar às 4 da manhã, ter passado por um período de trabalho intenso, calor insuportável, eu ouvia na aldeia os tambores e sei que é feitiçaria que irá começar, com sacrifícios (algumas vezes, até 300 animais numa única noite para os espíritos) e que até mesmo crianças podem ser sacrificadas, sem ter contato com minha língua, numa terra estranha, com costumes estranhos, lembro-me de um período de louvor na Igreja, sinto saudade. 

Missionários são pessoas que precisam de pastores. Isto é função da Igreja, mesmo à distância. 

Mandar cartas, fitas gravadas com o louvor da Igreja, mensagens do pastor, conversas de irmãos, e tantas outras coisas que faz falta. Alguns contatos são complicados, às vezes e-mails podem ser censurados, muitas vezes em alguns países não se tem acesso a redes sociais. 

A Igreja cobra muito para receber RELATÓRIOS, mas dificilmente vê-se uma Igreja que mantém seu missionário informado do que está acontecendo no meio da sua comunidade. 

11.  A Igreja deve preocupar-se com o descanso na volta do seu missionário – sua saúde, sua reciclagem teológica, missiológica, emocional e espiritual: Participei de uma conferência na Igreja Batista de Santo André – conferência de 10 dias – Curso de reciclagem missionária, tanto na área de Missiologia, como Antropologia cultural e Fenomenologia religiosa, além de cuidados pessoais com Jaime e Gloria Young – da SEPAL. A igreja cuidando dos seus vocacionados. 


Providenciar um período de descanso, isolado dos trabalhos da Igreja em local onde verdadeiramente o missionário e sua família possam descansar.
Prof. Gedeon J Lidório Jr
Profa. Auriciene Araújo Lidório

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Jesus de Nazaré seria contra a redução da maioridade penal!

Jesus Maioridade

Por Levi Araújo

Eu sou cristão evangélico e sou contra a redução da maioridade penal.

Tenho que admitir que muitos não aguentam mais a belicosidade, a desonestidade intelectual, as falácias e as desinformações que dominaram a grande maioria dos debates sobre a redução.

Proponho que olhemos esse tema sob a ótica dos ensinos do Príncipe da Paz, principalmente quando ele fala sobre a vingança, justiça e compaixão diante do contexto de violência que marcaram o seu nascimento, vida e morte.

Jesus não veio para prender, ele veio para nos libertar principalmente dos conceitos e conclusões equivocados que fazemos e propagamos sobre o que ele ensinou. Ele também veio nos libertar de uma perigosa interpretação literal da bíblia sagrada que ignora os aspectos históricos, culturais e literários que emolduram especialmente os textos do velho testamento. Isso mesmo, Jesus nos liberta da própria bíblia enquanto mãe de todas as heresias, espada dos inquisitores iracundos e régua moral das virgens vestais da religião.

Aos líderes religiosos, hipócritas e manipuladores não faltam textos bíblicos que podem sugerir autorizações a violências, opressões e ações punitivas, por isso que até o estudioso mais noviço sabe que a chave hermenêutica da bíblia sagrada é Jesus e a sua história. Com essa chave de ouro da interpretação bíblica, nós podemos abrir livro a livro e texto a texto sabendo o que pode ou não ser aplicado hoje.

Embora a vingança pertença somente a Deus, Ele não veio para se vingar e a resposta quando estava sendo violentado e prestes a morrer na cruz do Calvário foi o perturbador Pai, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem. O seu conceito de fazer justiça sempre foi injusto para a nossa essência vingativa e meritória. O bateu levou ruboriza os rostos honestos diante da grandeza do oferece a outra face.

Mas o que mais me impressiona no Homem de Nazaré é a sua compaixão, o doer e sofrer com o doído e sofredor. Ele olhava os pecadores para além dos seus pecados, os doentes para além das suas doenças, os possessos para além das suas possessões. Ele é o Bom Pastor que desencoraja apedrejamentos, um Deus que chora com os que choram inconsoláveis as mortes das pessoas amadas, que se identifica e se coloca no lugar do outro. Da via dolorosa ao Monte Caveira, ele se assemelhou radicalmente com as suas imagens e semelhanças em seus maiores horrores. Ele sabe muito bem o quanto dói ser humilhado, torturado e morto. Por isso que todos os violentados, feridos e condenados podem se identificar com a cruz de Jesus.

Com Jesus eu não aprendo a ignorar ou minimizar as violências. Os seus ensinos não são apologia a impunidades, neles eu encontro a base suficiente para afirmar que a sua resposta ou solução ao problema da violência, passa por uma adequada responsabilização dos agressores, com o espírito de quem veio salvar e resgatar o que se perdeu, acreditando sempre na restauração e ressocialização, como aconteceu com o endemoninhado gadareno, que ele devolveu são e livre para a sua família e comunidade.

A proposta pacífica, perdoadora e reconciliadora de Jesus não coisifica as pessoas, ao contrário, as contempla como sujeitos e não objetos, como gente e nunca como escória.

Jesus nasceu em meio à matança dos inocentes onde Heródes, buscando a sua perpetuação no poder, reduziu a idade penal aos dois anos de idade e, quando tinha pouco mais de trinta e três, foi executado com a pena capital romana como um criminoso e inimigo do império. De violência e punição Jesus entende bem!

Dentre as mais belas passagens conhecidas, o Sermão da Montanha foi considerado por Gandhi a Constituição da Sociedade Ideal, um discurso poderoso que alimenta até hoje todos os movimentos pacifistas. Seu conteúdo foi, no contexto da época, um tratado de paz apresentado às pessoas massacradas pela máquina de guerra romana.

Imaginem um público de crianças, adolescentes, mulheres e velhos violentados, explorados, a maioria de órfãos e viúvas abandonados e usurpados em suas dignidades e integridades, pessoas sofridas, inseguras e amedrontadas ouvindo as seguintes palavras do filho de um carpinteiro:

— Vocês ouviram o que foi dito: “Olho por olho, dente por dente.” Mas eu lhes digo: não se vinguem dos que fazem mal a vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também. ( … ) — Vocês ouviram o que foi dito: “Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos.” Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês, que está no céu.

Não é preciso conhecer muito sobre Jesus para perceber que tudo o que ele ensinou destoa significativamente do discurso de alguns defensores da sua cruz, da família tradicional, do próprio Deus e, logo, da redução da maioridade penal. O que esses defensores realmente desejam é usar a insegurança e violência pública para ter apoio popular e financeiro suficiente nas suas escaladas em nome de Deus, na possessão dos pináculos do poder de Brasília.


*Levi Araújo é Pastor Batista e membro da Equipe Pastoral da Igreja Batista de Água Branca em São Paulo.

domingo, 14 de junho de 2015

Pacto de Lausanne - 1974

INTRODUÇÃO
Nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, procedentes de mais de 150 nações, participantes do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação, e regozijamo-nos com a comunhão que, por graça dele mesmo, podemos ter com ele e uns com os outros. Estamos profundamente tocados pelo que Deus vem fazendo em nossos dias, movidos ao arrependimento por nossos fracassos e desafiados pela tarefa inacabada da evangelização. Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo, e por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. Desejamos, portanto, reafirmar a nossa fé e a nossa resolução, e tornar público o nosso pacto.
1. O Propósito de Deus
Afirmamos a nossa crença no único Deus eterno, Criador e Senhor do Mundo, Pai, Filho e Espírito Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como seus servos e testemunhas, para estender o seu reino, edificar o corpo de Cristo, e também para a glória do seu nome. Confessamos, envergonhados, que muitas vezes negamos o nosso chamado e falhamos em nossa missão, em razão de nos termos conformado ao mundo ou nos termos isolado demasiadamente. Contudo, regozijamo-nos com o fato de que, mesmo transportado em vasos de barro, o evangelho continua sendo um tesouro precioso. À tarefa de tornar esse tesouro conhecido, no poder do Espírito Santo, desejamos dedicar-nos novamente.
2. A Autoridade e o Poder da Bíblia
Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. A mensagem da Bíblia destina-se a toda a humanidade, pois a revelação de Deus em Cristo e na Escritura é imutável. Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade, de maneira sempre nova, com os próprios olhos, e assim revela a toda a igreja uma porção cada vez maior da multiforme sabedoria de Deus.
3. A Unicidade e a Universalidade de Cristo
Afirmamos que há um só Salvador e um só evangelho, embora exista uma ampla variedade de maneiras de se realizar a obra de evangelização. Reconhecemos que todos os homens têm algum conhecimento de Deus através da revelação geral de Deus na natureza. Mas negamos que tal conhecimento possa salvar, pois os homens, por sua injustiça, suprimem a verdade. Também rejeitamos, como depreciativo de Cristo e do evangelho, todo e qualquer tipo de sincretismo ou de diálogo cujo pressuposto seja o de que Cristo fala igualmente através de todas as religiões e ideologias. Jesus Cristo, sendo ele próprio o único Deus-homem, que se ofereceu a si mesmo como único resgate pelos pecadores, é o único mediador entre Deus e os homems. Não existe nenhum outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Todos os homens estão perecendo por causa do pecado, mas Deus ama todos os homens, desejando que nenhum pereça, mas que todos se arrependam. Entretanto, os que rejeitam Cristo repudiam o gozo da salvação e condenam-se à separação eterna de Deus. Proclamar Jesus como "o Salvador do mundo" não é afirmar que todos os homens, automaticamente, ou ao final de tudo, serão salvos; e muito menos que todas as religiões ofereçam salvação em Cristo. Trata-se antes de proclamar o amor de Deus por um mundo de pecadores e convidar todos os homens a se entregarem a ele como Salvador e Senhor no sincero compromisso pessoal de arrependimento e fé. Jesus Cristo foi exaltado sobre todo e qualquer nome. Anelamos pelo dia em que todo joelho se dobrará diante dele e toda língua o confessará como Senhor.
4. A Natureza da Evangelização
Evangelizar é difundir as boas novas de que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou segundo as Escrituras, e de que, como Senhor e Rei, ele agora oferece o perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos os que se arrependem e crêem. A nossa presença cristã no mundo é indispensável à evangelização, e o mesmo se dá com aquele tipo de diálogo cujo propósito é ouvir com sensibilidade, a fim de compreender. Mas a evangelização propriamente dita é a proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o intuito de persuadir as pessoas a vir a ele pessoalmente e, assim, se reconciliarem com Deus. Ao fazermos o convite do evangelho, não temos o direito de esconder o custo do discipulado. Jesus ainda convida todos os que queiram segui-lo e negarem-se a si mesmos, tomarem a cruz e identificarem-se com a sua nova comunidade. Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo.
5. A Responsabilidade Social Cristã
Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.
6. A Igreja e a Evangelização
Afirmamos que Cristo envia o seu povo redimido ao mundo assim como o Pai o enviou, e que isso requer uma penetração de igual modo profunda e sacrificial. Precisamos deixar os nossos guetos eclesiásticos e penetrar na sociedade não-cristã. Na missão de serviço sacrificial da igreja a evangelização é primordial. A evangelização mundial requer que a igreja inteira leve o evangelho integral ao mundo todo. A igreja ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. Mas uma igreja que pregue a Cruz deve, ela própria, ser marcada pela Cruz. Ela torna-se uma pedra de tropeço para a evangelização quando trai o evangelho ou quando lhe falta uma fé viva em Deus, um amor genuíno pelas pessoas, ou uma honestidade escrupulosa em todas as coisas, inclusive em promoção e finanças. A igreja é antes a comunidade do povo de Deus do que uma instituição, e não pode ser identificada com qualquer cultura em particular, nem com qualquer sistema social ou político, nem com ideologias humanas.
7. Cooperação na Evangelização
Afirmamos que é propósito de Deus haver na igreja uma unidade visível de pensamento quanto à verdade. A evangelização também nos convoca à unidade, porque o ser um só corpo reforça o nosso testemunho, assim como a nossa desunião enfraquece o nosso evangelho de reconciliação. Reconhecemos, entretanto, que a unidade organizacional pode tomar muitas formas e não ativa necessariamente a evangelização. Contudo, nós, que partilhamos a mesma fé bíblica, devemos estar intimamente unidos na comunhão uns com os outros, nas obras e no testemunho. Confessamos que o nosso testemunho, algumas vezes, tem sido manchado por pecaminoso individualismo e desnecessária duplicação de esforço. Empenhamo-nos por encontrar uma unidade mais profunda na verdade, na adoração, na santidade e na missão. Instamos para que se apresse o desenvolvimento de uma cooperação regional e funcional para maior amplitude da missão da igreja, para o planejamento estratégico, para o encorajamento mútuo, e para o compartilhamento de recursos e de experiências.
8. Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização
Regozijamo-nos com o alvorecer de uma nova era missionária. O papel dominante das missões ocidentais está desaparecendo rapidamente. Deus está levantando das igrejas mais jovens um grande e novo recurso para a evangelização mundial, demonstrando assim que a responsabilidade de evangelizar pertence a todo o corpo de Cristo. Todas as igrejas, portando, devem perguntar a Deus, e a si próprias, o que deveriam estar fazendo tanto para alcançar suas próprias áreas como para enviar missionários a outras partes do mundo. Deve ser permanente o processo de reavaliação da nossa responsabilidade e atuação missionária. Assim, haverá um crescente esforço conjugado pelas igrejas, o que revelará com maior clareza o caráter universal da igreja de Cristo. Também agradecemos a Deus pela existência de instituições que laboram na tradução da Bíblia, na educação teológica, no uso dos meios de comunicação de massa, na literatura cristã, na evangelização, em missões, no avivamento de igrejas e em outros campos especializados. Elas também devem empenhar-se em constante auto-exame que as levem a uma avaliação correta de sua efetividade como parte da missão da igreja.
9. Urgência da Tarefa Evangelística
Mais de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas, ou seja, mais de dois terços da humanidade, ainda estão por serem evangelizadas. Causa-nos vergonha ver tanta gente esquecida; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a igreja. Existe agora, entretanto, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes ao Senhor Jesus Cristo. Estamos convencidos de que esta é a ocasião para que as igrejas e as instituições para-eclesiásticas orem com seriedade pela salvação dos não-alcançados e se lancem em novos esforços para realizarem a evangelização mundial. A redução de missionários estrangeiros e de dinheiro num país evangelizado algumas vezes talvez seja necessária para facilitar o crescimento da igreja nacional em autonomia, e para liberar recursos para áreas ainda não evangelizadas. Deve haver um fluxo cada vez mais livre de missionários entre os seis continentes num espírito de abnegação e prontidão em servir. O alvo deve ser o de conseguir por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda pessoa tenha a oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as boas novas. Não podemos esperar atingir esse alvo sem sacrifício. Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles.
10. Evangelização e Cultura
O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas em Cristo e estreitamente relacionadas com a cultura local. A cultura deve sempre ser julgada e provada pelas Escrituras. Porque o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e em bondade; porque ele experimentou a queda, toda a sua cultura está manchada pelo pecado, e parte dela é demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre a outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e insiste na aceitação de valores morais absolutos, em todas as culturas. As missões muitas vezes têm exportado, juntamente com o evangelho, uma cultura estranha, e as igrejas, por vezes, têm ficado submissas aos ditames de uma determinada cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo têm de, humildemente, procurar esvaziar-se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros, e as igrejas têm de procurar transformar e enriquecer a cultura; tudo para a glória de Deus.
11. Educação e Liderança
Confessamos que às vezes temos nos empenhado em conseguir o crescimento numérico da igreja em detrimento do espiritual, divorciando a evangelização da edificação dos crentes. Também reconhecemos que algumas de nossas missões têm sido muito remissas em treinar e incentivar líderes nacionais a assumirem suas justas responsabilidades. Contudo, apoiamos integralmente os princípios que regem a formação de uma igreja de fato nacional, e ardentemente desejamos que toda a igreja tenha líderes nacionais que manifestem um estilo cristão de liderança não em termos de domínio, mas de serviço. Reconhecemos que há uma grande necessidade de desenvolver a educação teológica, especialmente para líderes eclesiáticos. Em toda nação e em toda cultura deve haver um eficiente programa de treinamento para pastores e leigos em doutrina, em discipulado, em evangelização, em edificação e em serviço. Este treinamento não deve depender de uma metodologia estereotipada, mas deve se desenvolver a partir de iniciativas locais criativas, de acordo com os padrões bíblicos.
12. Conflito Espiritual                                                                                   Cremos que estamos empenhados num permanente conflito espiritual com os principados e postestades do mal, que querem destruir a igreja e frustrar sua tarefa de evangelização mundial. Sabemos da necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e combater esta batalha com as armas espirituais da verdade e da oração. Pois percebemos a atividade no nosso inimigo, não somente nas falsas ideologias fora da igreja, mas também dentro dela em falsos evangelhos que torcem as Escrituras e colocam o homem no lugar de Deus. Precisamos tanto de vigilância como de discernimento para salvaguardar o evangelho bíblico. Reconhecemos que nós mesmos não somos imunes à aceitação do mundanismo em nossos atos e ações, ou seja, ao perigo de capitularmos ao secularismo. Por exemplo, embora tendo à nossa disposição pesquisas bem preparadas, valiosas, sobre o crescimento da igreja, tanto no sentido numérico como espiritual, às vezes não as temos utilizado. Por outro lado, por vezes tem acontecido que, na ânsia de conseguir resultados para o evangelho, temos comprometido a nossa mensagem, temos manipulado os nossos ouvintes com técnicas de pressão, e temos estado excessivamente preocupados com as estatísticas, e até mesmo utilizando-as de forma desonesta. Tudo isto é mundano. A igreja deve estar no mundo; o mundo não deve estar na igreja.
13. Liberdade e Perseguição
É dever de toda nação, dever que foi estabelecido por Deus, assegurar condições de paz, de justiça e de liberdade em que a igreja possa obedecer a Deus, servir a Cristo Senhor e pregar o evangelho sem quaisquer interferências. Portanto, oramos pelos líderes das nações e com eles instamos para que garantam a liberdade de pensamento e de consciência, e a liberdade de praticar e propagar a religião, de acordo com a vontade de Deus, e com o que vem expresso na Declaração Universal do Direitos Humanos. Também expressamos nossa profunda preocupação com todos os que têm sido injustamente encarcerados, especialmente com nossos irmãos que estão sofrendo por causa do seu testemunho do Senhor Jesus. Prometemos orar e trabalhar pela libertação deles. Ao mesmo tempo, recusamo-nos a ser intimidados por sua situação. Com a ajuda de Deus, nós também procuraremos nos opor a toda injustiça e permanecer fiéis ao evangelho, seja a que custo for. Nós não nos esquecemos de que Jesus nos previniu de que a perseguição é inevitável.
14. O Poder do Espírito Santo
Cremos no poder do Espírito Santo. O pai enviou o seu Espírito para dar testemunho do seu Filho. Sem o testemunho dele o nosso seria em vão. Convicção de pecado, fé em Cristo, novo nascimento cristão, é tudo obra dele. De mais a mais, o Espírito Santo é um Espírito missionário, de maneira que a evangelização deve surgir espontaneamente numa igreja cheia do Espírito. A igreja que não é missionária contradiz a si mesma e debela o Espírito. A evangelização mundial só se tornará realidade quando o Espírito renovar a igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. Portanto, instamos com todos os cristãos para que orem pedindo pela visita do soberano Espírito de Deus, a fim de que o seu fruto todo apareça em todo o seu povo, e que todos os seus dons enriqueçam o corpo de Cristo. Só então a igreja inteira se tornará um instrumento adequado em Suas mãos, para que toda a terra ouça a Sua voz.
15. O Retorno de Cristo
Cremos que Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente, em poder e glória, para consumar a salvação e o juízo. Esta promessa de sua vinda é um estímulo ainda maior à evangelização, pois lembramo-nos de que ele disse que o evangelho deve ser primeiramente pregado a todas as nações. Acreditamos que o período que vai desde a ascensão de Cristo até o seu retorno será preenchido com a missão do povo de Deus, que não pode parar esta obra antes do Fim. Também nos lembramos da sua advertência de que falsos cristos e falsos profetas apareceriam como precursores do Anticristo. Portanto, rejeitamos como sendo apenas um sonho da vaidade humana a idéia de que o homem possa algum dia construir uma utopia na terra. A nossa confiança cristã é a de que Deus aperfeiçoará o seu reino, e aguardamos ansiosamente esse dia, e o novo céu e a nova terra em que a justiça habitará e Deus reinará para sempre. Enquanto isso, rededicamo-nos ao serviço de Cristo e dos homens em alegre submissão à sua autoridade sobre a totalidade de nossas vidas.
CONCLUSÃOPortanto, à luz desta nossa fé e resolução, firmamos um pacto solene com Deus, bem como uns com os outros, de orar, planejar e trabalhar juntos pela evangelização de todo o mundo. Instamos com outros para que se juntem a nós. Que Deus nos ajude por sua graça e para a sua glória a sermos fiéis a este Pacto! Amém. Aleluia!
       [Lausanne, Suíça, 1974]

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Pedido de Socorro


Na primeira vez que vi essas imagens, fiquei surpresa, até falei: "ulhaa esses malucos!" rsrsrsr. Porém depois pensei e sei que vou falar pra alguns parece do contra e poderão até ficar chateados (perdão).

Para eles é liberdade de expressão, que não tem nada a ver, foge do que é realmente liberdade de expressão, contudo PRA MIM, genteein!!! Pra mim... é um pedido de socorro: “hey! me ame como o Cristo que tu diz que serve te ensina a amar teu próximo, independente do que ele seja”, saca?!

Criticar eles pra mim é muito fácil, mas nossa luta não é contra eles, como tá escrito em Efésios 6.12, mas sim contra principados e potestades, contra dominadores desse sistema mundial em trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Em muitos cria uma revolta contra os homossexuais, e um prato cheio pra quem tem se promovido com essa guerra de interesses, mas eu preciso entender que é difícil, mas somos iguais a eles, a mensagem da cruz é pra todos. Meu posicionamento é esse, devemos entender que Deus é amor, e precisamos orar e amar os que são do movimento, por que o amor de Deus pode alcançá-los e o testemunho vai glorificar ao Senhor.

#eoqeuacho. 

sábado, 6 de junho de 2015

#SacaSó Sexualidade, Sem Medo de Falar!


Depois do #SacaSó Namoro, #SacaSó Apocalipse e #SacaSó Pedofilia, chegou o #SacaSó mais esperado de todos, o #SacaSó Sexualidade. O Primeiro com um subtítulo: Sem Medo de falar!

Depois dos últimos acontecimentos, profanação de símbolos religiosos na Parada Gay de São Paulo, e da repercussão de tudo isso (não foi esse o planejado, pois o #SacaSó Sexualidade já havia sido marcado com esse tema antes dos últimos acontecimentos), não tem como não falarmos isso neste #SacaSó.

Além da homoafetividade, o #SacaSó trará temas ligado a sexualidade como:
·         Pureza Sexual;
·         Vícios Sexuais;
·         Feminismo e Vulgarização da imagem da Mulher;
·         História da Sexualidade;
·         Profanalização do Sexo; e
·         Violências Sexuais.

Será neste sábado dia 13 de Junho, logo depois do dia dos namorados, na congregação da independência, que fica na Av. Independência entre Angustura e Mirandinha, no Bairro da Sacramenta.

Traga suas perguntas e faça parte dessa roda de esclarecedores. 
Pr. Rodrygo Gonçalves

terça-feira, 2 de junho de 2015

“Sal da (para) terra” (Mt 5:13).

Analisando exegeticamente este versículo chegaremos a uma conclusão no mínimo espantosa. Vejamos: 

O sal, referindo-se provavelmente ao cloreto de sódio retirado de perto do Mar Morto, um pó branco que muitas vezes permanecia misturado a outros produtos, era conhecido de qualquer um dos ouvintes de Jesus. Fala-se muito das propriedades preservadoras do sal ou mesmo da função de dar sabor às comidas. O contexto da análise linguística, porém, sugere que antes de qualquer coisa se deve levar em conta a “propriedade estimulante do sal, como fertilizante. Esta ideia é mais edificante do que atrasar a putrefação. Jesus não veio para evitar que o mundo entrasse em putrefação, mas, sim, para salvá-lo (Jo 3: 17) e dar vida em abundância” (DITNT, 1983, p. 332-338). Encontramos ainda que o sal deve ser encarado aqui como “condimento que tem a função de ressaltar a qualidade do alimento ou do solo” (1983, p. 332-338). 

A melhor tradução da frase seria, portanto: “Vós sois o sal para a terra”, pois a terra (tes ges – grego Koinê) está como genitivo objetivo indicando que o sal da questão deve ser pensado como propriedade para a terra. A palavra terra (ge) aqui empregada denota mais a questão geográfica do que política e geralmente é utilizada para distinguir o céu (ouranos) da terra (ge), obviamente diferente de mundo (kosmos) onde a ênfase são as pessoas, ou o lugar de habitação delas, num significado mais religioso ou filosófico. 

Juan Mateos argumenta que moiranô (falando sobre o sal se tornar insosso) refere-se a Mateus 7:26, principalmente na questão de ser néscio aquele que ouve as palavras de Jesus e não as pratica. Assim, “a comunidade que em sua prática trai a mensagem não tem nenhuma razão de existir” (1983, p. 62-63). 

Orlando Boyer diz que Jesus “proferiu estas palavras afastado das multidões (cf Mt 5:1), mas com o alvo de abençoá-los por intermédio daqueles a quem ensinava” (1970, p. 84), seus discípulos. 

Sendo que Deus tem a sua missão (reinar soberano e absoluto, conforme a tríplice missão em Apocalipse) e tem um povo da Missão, seus discípulos, desde o princípio, quer seja na criação, no mandato cultural, nas alianças, no chamado de Abraão, na vinda de Jesus, na formação da Igreja ele continua querendo a mesma coisa: que nós, os que foram separados por ele e para ele e que somos constituídos de material diferente da terra que nos cerca (o sal é uma substância diferente da terra) precisamos exercer a função de salgar a terra, abençoando e não apenas dando sabor, ou preservando-a da podridão. É necessário ser mais positivo no alcance do sal para a terra, pois o que está implícito no texto é justamente a produção de vida que depende da utilização do sal corretamente, sem sujeiras que possam desqualificá-lo.  

Então, ser sal para a terra tem uma resignificação a ser feita: ser sal é ser mais que um pregador, é ser mais que um defensor da sã doutrina, é ser mais que um apologista de Deus, é ser mais que um denunciador profético dos males e corrupções do mundo, é ser mais, muito mais; é ser alguém comprometido com o Reino de Deus de maneira que as ações de salgar a terra perpassem a nossa própria conduta como servos do Reino e nossas ações sejam inclusivas e não exclusivas. É ser ativo no compromisso com a restauração da vida e não somente com a pregação de um evangelho alienante que só faz sentido dentro das quatro paredes das igrejas. É enxergar os sinais do reino de Deus, dentro e fora da igreja e persegui-los, e quando os alcançar promovê-los para que o Reino de Deus seja ampliado e as bênçãos deste reino alcancem o que Deus planejou alcançar deste o princípio: toda a sua criação sendo restaurada para a glória dele mesmo. Estas atitudes pressupõem para nós mais que simplesmente pregar o evangelho falando às pessoas ou ações/assistências sociais.

(parte integrante do livro “Missão Urbana Transformadora” – Gedeon J Lidório Jr e outros)