segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dia 31 de outubro não é dia das bruxas, é dia da Reforma Protestante!

Depois das trevas, luz.



Há 499 anos atrás, no dia 31/10/1517 um monge agostiniano chamado Martinho Lutero lê, a luz de velas:


"Por que nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé como está escrito: mas o justo viverá pela fé" 

Começando assim a Grande Reforma Protestante que foi fundamentada nas 95 teses afixadas na porta da igreja do castelo de Wittenberg e nas 5 Solas da Reforma, sendo elas:

SOLA GRATIA   "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se gloria". Ef 2.8 e 9

SOLA FIDE  "Por que nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé como está escrito :mas o justo viverá pela fé" Rm 1:17

SOLA SCRIPTURA  "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra". 2Tm 3:16-17

SOLUS CHRISTUS  "E não há salvação em nenhum outro: porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dentre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" At 4.12.

SOLI DEO GLÓRIA  A igreja romana ensinava e exigia uma devoção ao clero e aos homens santos que poderiam interferir diante de Deus para perdão de pecados e obtenção de bênçãos para os homens.

Quando se estava na presença do papa e dos cardeais a reverência deveria ser tamanha, beirando as raias de adoração, onde se demonstraria uma total submissão a estes.

Fundamentado nas Escrituras Ef 2. 1-10; Jo 4.24; Sl 90.2; Tg 1.17 e tantos outros textos, os Reformadores concluem que somente a Deus devemos dar glória.

Não podemos dispensar glórias a homens, pois não passam de míseros pecadores e são como trapos imundos e carecem da misericórdia e da gloria de Deus.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Sola Fide – Somente a fé (Serie Reforma Protestante)

Texto básico: Habacuque 2.1-4
Leitura diária
D – Tg 1.19-27 – A fé em ação
S – Rm 6.23 – O que realmente merecemos
T – Sl 103.1-22 – Não segundo os nossos pecados
Q – Ef 2.1-10 – Pela graça mediante a fé
Q – Rm 1.16-17 – A salvação do que crê
S – Is 1.10-20 – A fé secularizada
S – Ap 2.1-7 – A igreja secularizada

Introdução

Sola fide é uma das bandeiras defendidas pela teologia reformada desde seu nascedouro. Todos os reformadores se levantaram vigorosamente contra a doutrina da salvação pelas obras, ou pelos méritos, ou da colaboração com Deus na salvação. Todos eles, desde o início de seu ministério reformado, afirmaram que a fé é o único instrumento que Deus nos dá para nos apossarmos da salvação que ele concede graciosamente. Mas essa não foi a única frente na qual os reformadores tiveram que defender a doutrina da fé. Eles também tiveram que sustentá-la em oposição ao formalismo religioso e à secularização da fé.

I. Pela fé, não pelas obras

Muitas doutrinas sustentadas pela igreja romana estavam em aberto desacordo com o ensino da Escritura e houve muita controvérsia sobre muitos temas importantíssimos para a teologia cristã. No entanto, o estopim da Reforma está diretamente relacionado à forma como nos apropriamos da salvação. Na lição passada, vimos uma das formas pelas quais a pessoa podia se apropriar da salvação, segundo a crença romana: pelas indulgências. Também vimos que essa crença não se harmoniza com o ensino bíblico sobre a salvação, motivo pelo qual os reformadores fizeram questão de sustentar: sola gratia. A salvação é somente pela graça.
Havia, porém, uma forte doutrina romana que afirmava que a salvação era obtida por merecimento. Na medida em que a pessoa ia acumulando mérito diante de Deus, sua salvação ia ficando mais próxima. Mesmo que a pessoa não tivesse mérito suficiente para obter a salvação, esse mérito seria levado em conta para abreviar sua passagem pelo purgatório. O modo como o merecimento aumentava era pela prática de boas obras. Entre essas obras estavam as ações de caridade e a piedade religiosa.
  • As ações de caridade
Não há dúvida de que a ação em favor do necessitado é uma parte importante da religião cristã (Tg 1.27; 1Jo 3.17). A teologia reformada não negligencia a importância do socorro ao necessitado e entende que não prestar esse socorro seria negligenciar o claro ensino da Escritura. No entanto, ela rejeita a associação desse dever cristão com a aquisição da salvação.
  • A piedade religiosa
Outra forma de boa obra é a piedade religiosa: frequência às atividades da igreja, prática de orações diárias, devoção aos santos, ajuda ao sacerdote e envolvimento com o calendário eclesiástico, etc. A intensidade e a frequência com que uma pessoa expressa sua religião era vista como um meio de se obter a salvação. A teologia reformada defende o compromisso do cristão com a comunidade cristã da qual faz parte e ensina a importância do cumprimento dos deveres cristãos. No entanto, entende que atribuir valor salvífico a isso é ir longe demais.
  • Salvos pela graça mediante a fé
Contra a doutrina da salvação pelo mérito, a teologia reformada afirma que somos salvos pela graça mediante a fé. Nenhum de nós tem méritos para barganhar com Deus. Somos todos pecadores e, por isso, tudo o que merecemos é a morte, que é o salário devido ao nosso pecado (Rm 6.23). É uma grande bênção o fato de que Deus “não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades” (Sl 103.10).
Mas se não somos salvos pelas indulgências (como vimos na lição anterior), nem pela prática da caridade, nem pela piedade religiosa, nem por qualquer mérito que porventura pudermos imaginar ter, como nos apropriamos da salvação oferecida por Deus? Pela fé (cf. Ef 2.8; Rm 1.17).
É pela fé que nos apropriamos do sacrifício que Jesus realizou na cruz em nosso lugar. A salvação é concedida graciosamente a todo aquele que crê (Jo 3.16).Quando entendemos que não temos mérito nenhum diante de Deus, que tudo o que fazemos sempre será manchado pelo pecado e que somos incapazes, por nós mesmos, de obter nossa salvação, nos refugiamos em Deus e encontramos abrigo seguro. O Catecismo Menor de Westminster (1647) na questão 86, assim define: “Fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual o recebemos e confiamos só nele para a salvação, como ele nos é oferecido no Evangelho”.

II. Muito mais do que o formalismo

Outra controvérsia a respeito da fé se refere à própria natureza da fé. É comum as pessoas imaginarem que fé e formalismo religioso são a mesma coisa. Esse erro foi cometido na Idade Média, quando as pessoas viam um homem frequente aos trabalhos da igreja e zeloso no cumprimento de seus deveres religiosos e imaginavam: “Aí está um homem de fé”. No entanto, por mais importante que seja o zelo religioso, a fé é muito mais do que isso. Não devemos desprezar o valor da participação nos cultos e no cumprimento dos deveres religiosos, mas viver pela fé é muito mais do que a prática de atitudes religiosas. Viver pela fé é viver em obediência a palavra do Senhor, é ter comunhão com Deus, é zelar pela vida cristã, é ter motivos e objetivos nobres aos olhos do Senhor.
O que é mais triste nessa história é que esse erro não foi cometido somente na Idade Média. Ele é cometido hoje, inclusive entre os protestantes. Viver pela fé é muito mais do que vestir uma roupa bonita para participar de um culto, muito mais do que se esforçar para estar presente em inúmeras atividades eclesiásticas, muito mais do que levantar a mão e gritar aleluia. Viver pela fé é refletir a luz de Cristo neste mundo mal e confuso em que vivemos, é dar um testemunho fiel de Jesus Cristo, é demonstrar ao mundo, externamente, a mudança que o Espírito Santo realizou dentro de você e a diferença que Cristo faz na sua vida.

III. A fé secularizada

Outro problema com o qual nos deparamos atualmente é o da secularização da fé. Esse é o nome que se dá à fé que é de tal modo influenciada pelos valores e posturas deste mundo caído que acaba ficando irreconhecível. O fenômeno da secularização da fé se apresenta em duas formas distintas: o formalismo religioso e o ateísmo cristão.
  • O formalismo religioso
Nesta forma de secularização, os aspectos externos da prática religiosa são preservados, mas seu conteúdo espiritual é esvaziado. A pessoa continua frequentando os trabalhos da igreja, mantendo suas amizades evangélicas e todo um aspecto de piedade, mas seu coração está vazio e longe de Deus.
A Escritura menciona vários casos desse tipo, mas há dois que são emblemáticos. O primeiro, que já fizemos breve menção, é quando Deus condena o formalismo religioso vazio dos judeus no tempo do profeta Isaías: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? – diz o Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os maus átrios?” (Is 1.11-12). O povo mantinha sua prática religiosa, mas todo o seu conteúdo espiritual havia se perdido. Suas ofertas tinham se tornado vãs, suas orações não eram ouvidas pelo Senhor e seu culto causava desprazer em Deus.
O segundo é quando o Cristo glorificado, na visão do Apocalipse, dita a carta à igreja de Éfeso: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor”. O vigor espiritual dos crentes de Éfeso não era mais o mesmo. Essa igreja tinha sido muito privilegiada: Paulo visitou essa cidade (At 18.19-21) em sua segunda viagem missionária. Ele deixou ali Priscila e Áquila para que cuidassem da igreja (At 18.19). Apolo também esteve ali (At 18.25). Em sua terceira viagem missionária, Paulo permaneceu três anos em Éfeso (At 20.31) e se tornou muito amigo dos presbíteros daquela igreja. Ao retornar para Jerusalém, sabendo que não mais os veria, despediu-se deles com um discurso comovente (At 20.17-38). Mais tarde, já preso em Roma, escreveu sua carta aos Efésios. Por orientação do próprio Paulo, Timóteo se instalou em Éfeso para cuidar da igreja (1Tm 1.3) e, mais tarde, por volta do ano 66 d.C., o próprio João esteve em Éfeso e pastoreou aquela igreja.
A igreja de Éfeso foi muito abençoada. Ela foi pastoreada por nada menos que dois apóstolos e quatro evangelistas de grande influência. Que grande privilégio. No entanto, quando João, preso na ilha de Patmos, escreveu a carta à igreja de Éfeso (Ap 2.1-7), pelo menos 30 anos já tinham se passado desde a chegada de Paulo ali. Os primeiros convertidos já tinham uma boa jornada cristã e uma nova geração de crentes havia surgido. Os primeiros cristãos de Éfeso tinham sido edificados na fé e tinham cumprido seu papel de candeeiros do mundo, apresentando seu Senhor a uma nova geração, mas essa nova geração não tinha o mesmo vigor espiritual da primeira. A fé estava em perigo. Porém, tanto para os judeus do tempo de Isaías quanto para os crentes de Éfeso havia uma esperança: arrependimento e fé.
  • O ateísmo cristão
A segunda forma pela qual o fenômeno da secularização da fé pode ser percebido é por meio do que podemos chamar de ateísmo cristão. Se no formalismo os aspectos externos da fé podiam ser vistos, no ateísmo cristão nem mesmo esses aspectos externos podem ser vistos com facilidade. Não há mais frequência regular aos cultos, apenas visitas esporádicas totalmente desprovidas de compromisso com a causa do evangelho (ou nem isso); o comportamento social em nada difere do comportamento de um não regenerado e a Bíblia se transformou em amuleto cuidadosamente guardado no fundo de uma gaveta, de onde só sai em momentos de crise, para ser agarrada e beijada de modo supersticioso, geralmente com lágrimas.
Para as duas situações, a teologia reformada apresenta mais uma bandeira dos reformadores: sola fide. Só a fé. Devemos, nos lembrar, contudo, que não há mérito humano na fé. A fé é graça que se materializa em obediência a Deus.

Conclusão

Secularização da fé, formalismo religioso, salvação pelas obras. Nada disso pertence à natureza da fé, da salvação e da vida cristã. A teologia reformada, com sua ênfase na doutrina da fé, convida a igreja de Cristo a olhar para além das circunstâncias religiosas em que vive e manter com Cristo, pela fé, uma doce e estreita comunhão que produz vida eterna e abundante.

Aplicação

Você consegue explicar com suas palavras o que é a secularização da fé? Consegue identificar pelo menos cinco caminhos pelos quais essa secularização penetra na igreja e abate o vigor espiritual dos cristãos?

Boa leitura

A Editora Cultura Cristã publicou bons livros sobre o tema: O Evangelho daGraça, James M. Boice, Verdades do Evangelho x Mentiras pagãs, Peter Jones, Interpretando o Novo Testamento: Tiago, Augustus N. Lopes, Justificação pela fé Somente, John MacArthur Jr. e outros autores.
>> Autor do estudo: Vagner Barbosa
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, usado com permissão.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Solus Christus – Somente Cristo (Serie Reforma Protestante)

Texto Básico: Atos 4.5-22
Leitura diária
D – Rm 8.31-39 – Cristo intercede por nós
S – 1Tm 2.1-7 – O único Mediador
T – Hb 7.20-28 – Cristo, sacerdote perfeito
Q – Mt 7.7-12 – Cristo, o Mestre
Q – Gl 6.1-5 – Levando as cargas
S – Jo 15.1-27 – A videira e os ramos
S – Cl 1.13-23 – A preeminência de Cristo

Introdução

Ao longo da história cristã, é comum encontrarmos várias modalidades de “Cristo mais alguma coisa”. O ensino bíblico é muito claro: nossa salvação depende inteiramente da obra de Cristo realizada em nosso lugar. Ele foi nosso substituto, recebeu uma morte que era nossa para que, por ele, tivéssemos vida em seu nome. Mas a natureza humana não se sente muito confortável em ter de depender de alguém, não é verdade? É por esse desejo humano de autonomia que a história cristã vem registrando a criatividade humana em acrescentar alguma coisa (algo feito pelo ser humano para que ele tenha uma participação “razoável” em sua própria salvação) à pessoa e obra de Cristo. Na lição de hoje, veremos três dessas coisas: as penitências, o dízimo e as atividades eclesiásticas.

I. Cristo mais as penitências

A doutrina romana das penitências foi uma das maneiras pelas quais a supremacia de Cristo na salvação era obscurecida. De acordo com essa doutrina, o batismo expia os pecados cometidos até o momento em que a pessoa é batizada. Para alcançar expiação pelos pecados cometidos após o batismo a pessoa precisa praticar atos de penitência. Deste modo, a penitência é um sacramento cujo objetivo é mitigar a culpa do pecador.
Segundo essa doutrina, há quatro graus de penitência. O primeiro é o “pranto” às portas do templo, no qual o pecador roga com lágrimas aos que entram que orem por ele. O segundo grau é “ouvir” a palavra divina na entrada da igreja, de onde a pessoa devia se retirar logo que as orações começavam a ser feitas. Durante as orações, o penitente não podia ficar presente. O terceiro grau era a “prostração” no fundo da igreja, onde o penitente ficava na companhia dos novos convertidos e era obrigado a sair com eles, antes da ministração dos sacramentos. O quarto grau era “estar junto”. Nessa fase, o penitente tinha permissão para ficar junto com os demais cristãos e não era mais obrigado a sair com os novos convertidos. Com o tempo, o penitente recebia permissão para participar dos sacramentos. No “estar junto” o penitente podia participar da oração e, mais tarde, também dos sacramentos.
Esse elaborado sistema penitencial era usado para manter a disciplina na igreja e para expiar, mesmo que parcialmente, os pecados cometidos depois do batismo. O problema é que, se os pecados são parcialmente expiados pelos atos penitenciais, então Cristo expia apenas uma parte dos pecados e, consequentemente, concede apenas uma parte da salvação, sendo a outra parte uma obra humana. Assim, a salvação seria resultado de um trabalho em conjunto realizado por Deus, em Cristo, e o ser humano, em seu zelo por se penitenciar e expiar, ainda que parcialmente, seus próprios pecados.
A teologia reformada insiste que a salvação não é uma obra realizada em parte por Jesus e em parte pelo pecador. A salvação e tudo o que está diretamente ligado a ela (como o perdão de pecados, por exemplo) é obra exclusiva de Deus.
Pedro é claro ao afirmar: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.11-12).
Deus não tem colaboradores na salvação. A salvação é uma obra realizada exclusivamente por ele. Associar a ela qualquer esforço ou mérito humano é depreciar o sacrifício perfeito de Jesus Cristo, realizado de uma vez por todas em favor de todo aquele que crê. Contra a doutrina da colaboração humana na salvação, a teologia reformada grita a plenos pulmões: Cristo! Cristo! Só Cristo!

II. Cristo mais o dízimo

Na lição 3, que trata da graça de Deus em oposição aos méritos humanos, já tratamos das indulgências. No entanto, a comercialização da fé e da salvação, infelizmente, não é um fenômeno que ficou restrito à Idade Média nem à prática romana. Isso acontece hoje, especialmente dentro de muitas igrejas evangélicas, nas quais o evangelho é oferecido por dinheiro e a salvação é trocada por dízimos e ofertas.
É triste e vergonhoso perceber como a prática romana das indulgências não apenas entrou, mas foi aperfeiçoada no meio evangélico. Os vendedores de indulgências da Idade Média trocavam a salvação ou a redução das penas no purgatório por dinheiro. Os modernos comerciantes da fé vendem não apenas a salvação (sobre a qual pouco se fala nos cultos voltados à prosperidade, mais interessados nas bênçãos terrenas), mas também relíquias “poderosas”, como fios de barba dos apóstolos, o manto de Elias (esse profeta devia ter muitos mantos, pois são vendidos em toda parte), pedaços da arca de Noé, da arca da aliança e até da cruz de Cristo.
Engana-se quem pensa que esse é o ponto mais alto a que pode chegar a criatividade humana. Insatisfeitos com a venda da salvação e de relíquias religiosas, os mercadores da fé começaram a vender até mesmo orações e visitas a enfermos e idosos.
O que é mais alarmante em tudo isso é que muitos cristãos não percebem o quanto isso fere a supremacia da obra de Cristo. O poder cristão não vem de relíquias de qualquer espécie, mas de Cristo, que é o Senhor e cabeça da igreja. É somente quando permanecemos ligados à videira que obtemos a seiva que nos alimenta e revigora. Somente quando estamos ligados à videira podemos dar fruto. Esse é o ensino do próprio Jesus (Jo 15.5).
O mesmo acontece com a venda de orações. Jesus é quem intercede por nós (Rm 8.34). Ele é o único Mediador entre nós e Deus (1Tm 2.5) e, como nosso sumo sacerdote eterno, vive sempre para interceder por nós (Hb 7.25). É ele mesmo quem ensina: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). E, certamente, quando Paulo orientou os crentes gálatas a levar as cargas uns dos outros (Gl 6.2), esperava que isso fosse feito gratuitamente.
Contra a comercialização da fé, da salvação, das orações e das relíquias, a teologia reformada afirma: Cristo! Cristo! Só Cristo!

III. Cristo mais a participação nas atividades eclesiásticas

Há uma forma sutil de acrescentar um adereço à pessoa e obra de Cristo: a participação nas atividades eclesiásticas.
É correto e bom participar dos cultos. Isso deve ser encorajado em todas as igrejas: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns;” (Hb 10.25). Quando participamos do culto público, Deus fala conosco nos cânticos, na leitura da Palavra e na pregação. Somos edificados e consolados quando adoramos a Deus pela mediação de seu Filho por tudo o que ele é, fez e fará por nós.
Algumas igrejas têm outros tipos de reunião: reuniões de mocidade, de senhoras, de crianças, trabalhos sociais, etc. Participar de tudo isso é uma grande bênção, especialmente daquelas atividades em que podemos colocar em prática a capacitação espiritual que recebemos de Deus para o trabalho na sua obra. Além disso, somos cristãos e precisamos participar da vida da igreja. Somos um corpo cujo cabeça é Cristo e precisamos adorá-lo como indivíduos e como corpo, como comunidade de fé.
É claro que os cristãos devem ter prazer nos cultos, sabendo que esse é um momento especial de comunhão com Deus. O problema surge quando reduzimos a vida cristã à participação em uma enxurrada de atividades eclesiásticas. Vida cristã não é o mesmo que participação em atividades eclesiásticas diárias. Vida cristã é comunhão com Deus pela mediação de Cristo.
Além dessa concepção equivocada de vida cristã, a ênfase exagerada que muitos líderes costumam dar à participação descontrolada em atividades eclesiásticas acaba produzindo dois resultados colaterais muito negativos.
O primeiro é ocupar o único horário que muitos irmãos têm para descansar da labuta diária. Muitos irmãos trabalham o dia todo e chegam em casa exaustos. Reservar uma noite por semana para participar de um culto não faria mal. No entanto, reservar todas as noites para participar de atividades eclesiásticas é algo que poderá trazer, cedo ou tarde, resultados danosos à sua saúde. Lembre-se de que cuidar da saúde faz parte da mordomia cristã. Além disso, esse é justamente o único momento que muitos irmãos têm para manter a convivência familiar. Os membros da família saem cedo de casa, passam o dia todo fora, trabalhando ou estudando, e só se encontram à noite. O que acontecerá, em médio prazo, se eles forem privados desse convívio familiar?
O segundo é ainda pior que o primeiro, pois envolve o ensino bíblico da suficiência de Cristo para a salvação. Devido à grande ênfase dada à participação em atividades eclesiásticas, muitos cristãos assimilam a ideia de que estar presente ao maior número possível de atividades é algo que está diretamente associado à salvação. Isso está errado. Ninguém é salvo por participar de atividades eclesiásticas, mas por ter Cristo como seu Salvador pessoal.
A essa ênfase exagerada na necessidade de participação em atividades eclesiásticas, a teologia reformada afirma: Cristo! Cristo! Só Cristo!

Conclusão

Cristo mais isso, Cristo mais aquilo. Os diversos “apêndices” que o ser humano acrescenta a Cristo não mudam a realidade: somos inteiramente dependentes de Jesus para nossa salvação. Nada há que possamos fazer para obtê-la e só a recebemos porque Cristo fez por nós tudo o que era necessário. Até mesmo a fé com que nos apropriamos dessa salvação é fruto da sua graça. Somos inteiramente dependentes dele. Para salientar em nosso coração essa dependência, a teologia reformada sempre afirmou, com muito vigor: Só Cristo!

Aplicação

Em que você tem colocado o seu coração? Em Cristo ou em algum dos “apêndices” modernos? Examine agora a sua fé e veja em que você tem crido para sua salvação. Se for em algum “apêndice” ou mesmo em “Cristo mais alguma coisa”, livre-se disso e creia somente em Jesus Cristo para sua salvação.

Boa leitura

Por que Cristo sofreu e morreu? O assunto central na morte de Jesus não é a sua causa, mas seu significado – o significado de Deus. John Piper trata desse tema em A Paixão de Cristo, publicado pela Editora Cultura Cristã. Ele reuniu cinquenta razões retiradas do Novo Testamento. Não cinquenta causas, mas cinquenta propósitos – em resposta à mais importante pergunta que cada um deve enfrentar: o que Deus fez por pecadores como nós ao enviar seu Filho para morrer?
>> Autor do estudo: Vagner Barbosa
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, usado com permissão.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Sola Scriptura – Somente as Escrituras (Serie Reforma Protestante)

Texto Básico: 2 Timóteo 3.14-17
Leitura diária
D – Rm 15.1-4 – Escrito para o nosso ensino
S – Lc 16.19-31 – Ouçam Moisés e os profetas
T – Mt 5.17-20 – Até que tudo se cumpra
Q – At 17.10-11 – A nobreza dos bereanos
Q – Gl 1.10-17 – O evangelho de Paulo
S – Jo 5.39 – A Escritura testemunha de Jesus
S – 2Pe 1.20-21 – Da parte de Deus

Introdução

Nesta série, será apresentado um panorama geral da teologia reformada. Observaremos a situação teológica enfrentada pelos reformadores, no século 16: a teologia católica medieval, em oposição à qual foi desenvolvida a teologia reformada. Sempre que for relevante, serão citadas decisões do Concílio de Trento, para mostrar, com evidência documental, qual era a posição da teologia romana quando a teologia reformada começou a se desenvolver. Também será recorrente o uso da Confissão de Fé de Westminster (CFW), por ser esta uma obra-prima da teologia reformada. Deve-se observar, porém, que houve mudanças na teologia romana, especialmente depois do Concílio Vaticano II, quando a Igreja Católica passou a adotar uma postura menos tradicional e mais ecumênica. As lições trarão, também, uma abordagem atual, mostrando os desvios teológicos existentes hoje (especialmente entre os evangélicos) os quais seriam evitados, caso nos apegássemos com mais vigor à herança da Reforma.
O primeiro tema abordado é a Escritura. Os reformadores foram unânimes na apresentação do fundamento sobre o qual sua teologia seria elaborada: Sola Scriptura (Somente a Escritura).

I. O Papa não tem a palavra final

De acordo com a teologia católica ortodoxa, o papa é o grande líder da igreja e atua como vigário (isto é, substituto) de Cristo na terra. Para atuar como substituto de Cristo, o líder máximo da igreja precisa possuir infalibilidade, pois se Cristo não erra, seu substituto também não pode errar. A teologia romana definiu essa infalibilidade do papa, em linhas gerais, afirmando que, quando o papa fala ex cathedra, isto é, quando trata de assuntos doutrinários, em virtude do auxílio que recebe de Deus, é infalível.
Essa declaração, porém, não é suficiente para esclarecer a natureza e o caráter dessa infalibilidade. Os escritores bíblicos foram preservados do erro na composição de seus escritos porque foram inspirados pelo Espírito Santo. A infalibilidade papal não é assim. De acordo com a teologia católica, o papa é infalível não por inspiração, isto é, não pela mesma obra do Espírito, por meio da qual os escritores bíblicos foram preservados do erro. Sua infalibilidade não consiste no recebimento de novas revelações da parte de Deus e na elaboração do ensino divino, mas apenas no fato de que ele pode explicar fielmente a tradição da igreja e a doutrina dos apóstolos. Ainda de acordo com a teologia católica ortodoxa, a infalibilidade do papa também não significa que as palavras ditas pelo papa em assuntos religiosos sejam a Palavra de Deus, significa apenas que elas são infalíveis, isto é, isentas de erro.
O Concílio Vaticano I diz que o papa é infalível quando fala ex cathedra.Isso, na prática, é inútil como padrão, pois, pela própria natureza da questão, só quem pode dizer se o papa falou ex cathedra é o próprio papa. Assim, um papa é sempre livre para rejeitar seus próprios pronunciamentos ou os pronunciamentos de outros papas, dizendo que não foram feitos ex cathedra, ou declará-los válidos, dizendo que foram. Depois, ele pode até mesmo dizer que ele mesmo, ou um de seus predecessores, pensando que falava ex cathedra, realmente não falou.
Na Dogmática Reformada, o teólogo reformado Herman Bavinck afirma:
“Os teólogos católicos romanos se encarregaram de desenvolver em detalhes as áreas cobertas por essa infalibilidade. Segundo eles, o papa é infalível quando trata das verdades da revelação na Escritura, das verdades das instituições divinas, dos sacramentos, da igreja, de sua organização e governo e das verdades da revelação natural. No entanto, até mesmo com isso estamos longe de esgotar o alcance da infalibilidade papal. Para que o papa seja infalível em todas essas áreas, dizem os teólogos, ele também tem de ser infalível na avaliação das fontes das verdades da fé e na interpretação delas. Isso significa dizer que ele é infalível no estabelecimento da autoridade da Escritura, da tradição, dos concílios, dos papas, dos pais, dos teólogos; no uso e na aplicação de verdades naturais, imagens, conceitos e expressões; na avaliação e rejeição de erros e heresias, até mesmo no estabelecimento de fatos dogmáticos; na proibição de livros, em questões de disciplina, no endosso de ordens, na canonização de santos e assim por diante. Fé e moral abrangem quase tudo, e tudo o que o papa diz sobre isso seria, então, infalível. O termo ex cathedra, de fato, não traça nenhum limite em nenhum lugar”.
Mas afinal, se o verdadeiro fundamento inabalável da fé cristã não é o papa, qual é esse fundamento? Os reformadores foram unânimes em repudiar completamente essa doutrina por não encontrarem, na Escritura, nem uma só palavra que a sustente. Em oposição a ela, afirmaram vigorosamente: Sola Scriptura.

II. A tradição não tem a palavra final

Outra fonte de autoridade espiritual muito forte na teologia católica medieval (e ainda hoje) é a tradição. Deve ser dito que a tradição nunca foi rejeitada pelo simples fato de ser tradição. Na própria Escritura encontramos ênfase e crítica à tradição (Mt 15.2,3,6; Mc 7.3,5,8,9,13 2Ts 2.15). A questão básica é: a que tradição estamos nos referindo? A tradição é rejeitada todas as vezes que entra em choque com a Palavra de Deus. A Reforma revoltou-se quanto à suposta autoridade da tradição independente da Escritura e pretensamente nivelada com ela. Os reformadores sustentavam que a Escritura é a única autoridade infalível dentro da igreja. Deste modo, a autoridade dos Credos (Apostólico, Nicéia, Calcedônia) era indiscutivelmente considerada pelos reformadores, contudo, somente as Escrituras são incondicionalmente autoritativas.

III. A igreja não tem a palavra final

Outra expressão moderna desse ensino católico medieval é a crença de que a denominação religiosa a que pertencemos está sempre certa. Isso é um erro. Nenhuma denominação religiosa está isenta de erros neste mundo. Os concílios são compostos por pessoas e, por melhores que sejam as intenções dessas pessoas e por mais sólido que seja seu conhecimento teológico, elas continuam sendo sujeitas ao erro. Nossos concílios e denominações são falíveis.
É claro que quanto maior for o apego dos nossos líderes às doutrinas cristãs, quanto maior for o vigor de sua piedade cristã e quanto maior for sua capacidade de aplicar o ensinamento bíblico às circunstâncias da vida, mais nítida é a possibilidade de que tomem decisões sábias e governem bem a igreja de Cristo. Mas é importante termos sempre em mente que não há denominações cristãs perfeitas.
Isso é necessário não apenas para exercitar nossa humildade e despertar o interesse pelo estudo rigoroso da Escritura, mas também para nos permitir uma comunhão cristã mais saudável com nossos irmãos de outras denominações cristãs. Embora existam muitas denominações, a igreja de Cristo é composta por todos aqueles que professam sua fé em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal.

IV. A Escritura como única regra de fé e conduta

Mas afinal, se o papa não tem a palavra final, a tradição não tem a palavra final e a denominação cristã a que pertencemos não tem a palavra final, qual é a autoridade normativa segundo a qual a igreja deve moldar sua fé?
Os reformadores e seus herdeiros teológicos deram resposta a essa pergunta. O Catecismo Maior de Westminster afirma, na resposta à pergunta 3: “As Escrituras Sagradas – O Antigo e o Novo Testamentos – são a Palavra de Deus, a única regra de fé e obediência.”
Confissão de Fé de Westminster, por sua vez, afirma: “O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas, e por quem serão examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens e opiniões particulares, o Juiz Supremo, em cuja sentença nos devemos firmar, não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura” (I. 10).
Para os reformados, a autoridade fundamental segundo a qual a igreja deve moldar sua fé não é a opinião de pessoas, por mais ilustres que sejam, nem a história de instituições religiosas, por mais respeitáveis que sejam, nem as preferências dos cristãos, por mais adequadas que possam parecer, mas o “Espírito Santo, falando na Escritura”. “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Is 8.20).

Conclusão

De acordo com a teologia reformada, nenhuma voz, na igreja de Cristo, pode se elevar acima da Escritura Sagrada, inspirada pelo Espírito Santo para conduzi-la a toda verdade. Cristo é o cabeça da igreja, e ele a governa segundo os preceitos estabelecidos na Escritura. Nenhum líder, nenhuma denominação cristã, nenhum concílio, nenhum costume, nenhuma tradição tem valor normativo para a igreja cristã. Só a Escritura.

Aplicação

Você já reparou como as pessoas, em geral, têm tratado a Escritura nos tempos pós-modernos em que vivemos? Quando a Escritura diz alguma coisa com a qual não concordam, as pessoas simplesmente dizem que os tempos mudaram. Com isso, abandonam o ensino bíblico e seguem seu próprio caminho. À luz da lição de hoje, como você deve reagir a essa tendência?

Boa leitura

A Inspiração e Autoridade da Bíblia, de Benjamin Warfield e A Inspiração e Inerrância das Escrituras, de Hermisten M. P. Costa. Ambos da Editora Cultura Cristã.
>> Autor do estudo: Vagner Barbosa
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, usado com permissão.

domingo, 16 de outubro de 2016

Ninguém é Haiti’: charge retrata falta de interesse por uma tragédia.


Após o Haiti viver uma tragédia provocada pelo furacão Matthew, surgiu uma expressão para retratar a contida comoção pública pelas mil vítimas fatais e a destruição no país: “Ninguém é Haiti”. Trata-se de uma comparação ao “Eu sou Charlie”, que apareceu em vários cantos do mundo após o ataque terrorista à publicação satírica francesa “Charlie Hebdo” em 2015. A expressão veio de uma charge do cartunista Miguel Villalba Sánchez e repercutiu pelas redes.

“Quase 800 mortos no Haiti, mas ninguém coloca fotos de perfil especiais no Facebook nem slogans para as vítimas do furacão Matthew”, disse Sánchez ao publicar o trabalhono site “Cartoon Movement”. Posteriormente, o saldo de vítimas chegou a mil pessoas.

No Haiti, comunidades ficaram quase totalmente devastadas pela passagem da tormenta na semana passada. Afetado dramaticamente pela pobreza, o país ainda nem mesmo se recuperou da destruição deixada pelos tremores de 2010. Muitas pessoas permanecem em abrigos improvisados, em difíceis condições de vida. O governo estima que 1,4 milhão precisa de ajuda humanitária no país.

Além disso, o Haiti teme um novo surto de cólera. A doença, que se espalha rapidamente por água ou comida contaminada e causa grave diarreia, foi levada ao país por forças de paz das Nações Unidas há seis anos, e agora está atrapalhando a chegada de alimentos e abrigo para as vítimas da tempestade. Desde a irrupção inicial, o cólera já matou mais de nove mil pessoas no país.

A destruição criou as condições ideais para a propagação da doença. Rios transbordaram, criando grandes focos onde as bactérias podem crescer. A água poluída também atingiu poços de água potável. A prioridade agora é fornecer água limpa e melhorar a higiene nas áreas mais afetadas.

Fonte: http://oglobo.globo.com/ 



Doe para a Visão Mundial e ajude a esperança continuar viva: http://doe.vc/haiti

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

SEDEC Belém 2017


O Seminário de Desenvolvimento Comunitário é a capacitação de entrada ao ecossistema prático-conceitual do CADI BRASIL. Nesta formação de caráter intensivo em sua carga horária, os participantes tem acesso aos princípios básicos da fundamentação teórica da ação social cristã nos termos assumidos pelo CADI. Também possuem a oportunidade de aprender ferramentas introdutórias sobre Desenvolvimento Comunitário e um instrumento de planejamento de ações com a comunidade. Tudo isto pode ser ofertado em uma semana com período integral de atividades (manhã, tarde e noite). Todo o conteúdo é ministrado de maneira dinâmica e participativa. A equipe do CADI BRASIL explora diversos instrumentos pedagógicos (filmes, estudos de caso, apostila e apresentações em slides de alta qualidade), proporcionando aos participantes uma experiência única de aprendizagem que sintetiza na teoria e prática, os valores e metodologias desenvolvidas pela equipe do CADI em mais de duas décadas de história. O SEDEC combina o melhor da tradição cristã na área do desenvolvimento, com os temas mais recentes dos dilemas relacionados a superação da pobreza em contextos de alto risco, ofertando uma resposta consistente sobre as questões que afetam o dia-a-dia dos gestores da área do desenvolvimento.
O SEDEC acontece anualmente em Curitiba, pela primeira vez será realizado em Belém através de uma parceria entre o CADI Brasil, Projeto Nação Belém e JOCUM Belém.


Detalhamento operacional: Conteúdo Programático e Disciplinas:

1.    O Evangelho Integral: apresenta a fundamentação introdutória da base bíblica da ação social cristã.
2.    Cosmovisão Cristã: apresenta uma retomada histórica do conceito de Cosmovisão e a implicação na construção de estratégias e metodologias na área do desenvolvimento.
3.    O Coração de Deus para com os Pobres: apresenta a construção do conceito de pobreza a partir de uma exegese bíblica do Antigo e Novo Testamento.
4.    Fortalezas e Ações Proféticas: a exposição do conceito e sua aplicabilidade nos programas e projetos de desenvolvimento tendo em vista a transformação de paradigmas nas comunidades.
5.    Diagnóstico Comunitário: o estudante terá acesso a ferramentas básicas de facilitação de diagnóstico participativo com a comunidade.
6.    Princípios de Gestão de Desenvolvimento Comunitário: apresenta as diretrizes na gestão de empreendimentos de desenvolvimento na perspectiva cristã.
7.    O papel da igreja local no desenvolvimento: aborda a temática entre a ação social e a igreja local, projetos sociais e igreja local, os desafios e oportunidades desta relação.
8.    Projeto semente: experiência prática de planejamento e intervenção social.
9.    Elaboração de Projetos: noções de elaboração de programa/projeto de intervenção social a partir de demandas e potencialidades apontadas no diagnóstico, permitindo a construção de documentos para mobilização de recursos.

Carga Horária: 72h

Metodologia:

Imersão em uma semana intensiva de estudos (de domingo a domingo), com aulas nos períodos da manhã, tarde e noite, incluindo a leitura de textos, debates e trabalhos práticos. Cada aluno recebe 3 livros, sendo que o livro “O Reino entre nós” deverá ser lido antes do curso. A metodologia é participativa e provê trabalhos em grupos e alto nível de interação entre os estudantes. Espera-se a participação do aluno em 100% das atividades.


Como será em Belém

No mês de janeiro, de 08 a 15 (domingo a domingo), um total de 60 pessoas, entre participantes, docentes e equipe estarão em sala de aula participando do SEDEC Belém 2017 na Base de JOCUM Belém. As vagas para participantes serão limitadas, 40 apenas. As aulas serão ministradas por: Mauricio Cunha, Marcel Camargo, e Tereza Belchior. 

A Inscrições e informações serão pelo e-mail: nacaobelem@gmail.com