segunda-feira, 13 de outubro de 2014

DEPRESSÃO, O QUE É ISSO?

Conheça um pouco mais sobre a doença, seus sintomas, como identificar e tratá-la, inclusive sem medicação.

A depressão é um dos grandes males da humanidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 350 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem dela. No Brasil, estima-se que 10% da população possui o problema. Mesmo sendo uma patologia comum, há certa dificuldade diagnosticá-la, pois muitos dos sintomas se confundem com os de outras doenças. "Os sinais são semelhantes àqueles sentimentos inerentes ao ser humano como a indiferença, tristeza e falta de ânimo, dentre outros", comenta a psicoterapeuta do Núcleo de Renascimento, Maura de Albanesi. Por ser um problema psicológico, a depressão torna-se um tabu a ser enfrentado, já que algumas pessoas encaram esse transtorno com preconceito. 
 
Existem pesquisas que relacionam depressão a fatores genéticos, no entanto, Maura pondera. "Mesmo que haja uma predisposição genética, as pessoas não reagem de forma igual diante de fatores considerados gatilhos para a doença como, por exemplo, traumas, problemas pessoais, disfunções hormonais, consumo de drogas etc. Não podemos esquecer que ela é, antes de tudo, um problema psíquico", argumenta.

Mulheres
Por causa de uma caraterística natural, a mulher tende a ser mais vulnerável à depressão. Os ciclos menstruais, a gravidez, pós-parto e menopausa são processos que desencadeiam uma explosão de hormônios e influenciam diretamente o emocional. "A mulher é invadida por uma espécie de melancolia, um sentimento de vazio, algo que ela não sabe explicar. Em muitas, isso é passageiro, porém em outras, é mais duradouro", explica Maura.

Homens
Nos homens a depressão é mais comum entre o fim da adolescência, mais ou menos a partir dos 18 e os 30 anos, porém isso não é regra. "É nessa fase da vida que o indivíduo está no ápice de produtividade, em atividade constante. Consequentemente, acaba sendo um momento de questionamentos, dúvidas e crises, que podem favorecer a doença", diz a psicoterapeuta.

Adolescência
Segundo a OMS, a doença é mais frequente nos adolescentes, que acabam por ser tratados como rebeldes. Nessa fase da vida começam os primeiros contatos com o álcool, cigarro e drogas, fatores considerados gatilho para a depressão. "Este é o momento de maiores descobertas e decepções da vida. É muito importante a presença da família", comenta profissional.

Velhice e infância
Não existe uma regra determinante que indique que, em determinada fase da vida as pessoas terão depressão. Ela pode ocorrer em qualquer momento, idade ou ciclo da vida. Porém, de acordo com alguns especialistas, muitas vezes é mais difícil detectar a doença durante a infância e velhice. "Ambas as fases apresentam uma dificuldade no diagnóstico porque, em muitos casos, confundem-se os sentimentos com o momento no qual se vive. No caso da infância, por exemplo, alguns sintomas da depressão são atribuídos à personalidade da criança, o pensamento é o de que, como está numa fase de construção da personalidade, esses sentimentos são comuns", aponta Maura. Segundo a especialista, o mesmo acontece na velhice, quando "as pessoas encaram a tristeza, o cansaço dos mais velhos como algo inerente à idade", finaliza.

Como identificar os sintomas?
O diagnóstico correto da depressão exige a comprovação de pelo menos cinco sintomas. Se esses sintomas forem recorrentes e durarem muito tempo, a indicação é que se procure um especialista. Veja alguns deles: 
  • Alteração do humor - A pessoa passa por longos momentos de tristeza e esse sentimento perdura por um muito tempo.
  • Desinteresse por coisas prazerosas - O indivíduo abre mão de atividades e momentos que antes gostava.
  • Problemas de sono - Quando estão com depressão, as pessoas tendem a dormir menos e acordar várias vezes à noite, além de ficarem sonolentas durante o dia.
  • Problemas físicos - Dores musculares (costas, pernas, pescoço e braços).
  • Apetite irregular - Existem casos em que as pessoas comem muito e em outros que comem pouco. 
  • Peso irregular - Assim como no caso da alimentação, algumas pessoas ganham peso e outras perdem. 
  • Dificuldade de concentração - O indivíduo pode ter dificuldade de pensar, raciocinar e tomar decisões e o reflexo disso pode ser visto no trabalho e estudos, os mais prejudicados.
  • Cansaço excessivo - O que se percebe nesse caso é a falta de energia, disposição, mesmo que a pessoa não realize nenhuma atividade.
  • Culpa excessiva - A pessoa apresenta sentimento de culpa e de inutilidade.
  • Ideias suicidas e pensamentos sobre morte - Quando o quadro de depressão está avançado, algumas pessoas têm a tendência a apresentar pensamentos recorrentes sobre mortes, pensar e até mesmo tentar o suicídio.

Tratamento
Segundo a psicoterapeuta do Núcleo de Renascimento, não são todos os tipos de depressão que precisam, necessariamente, de intervenção medicamentosa. "Primeiro, mediante a análise dos sintomas, identificamos qual o grau da doença, ou seja, se é leve, moderada ou grave. A partir desse entendimento, propomos o tratamento. Nos mais graves, há prescrição de remédios, porém o acompanhamento do profissional, em todos os casos, é importante", explica. No entanto, em todos os graus, a primeira mudança deve ser feita no comportamento. 
Outro ponto importante é a família. "A família também precisa de orientação. A informação é muito importante. Todos devem estar envolvidos no tratamento e devem colaborar para a criação de um ambiente saudável. Depressão não é um bicho de sete cabeças", argumenta a psicoterapeuta.

Como ajudar o tratamento de um jeito simples?

Alimentação: O interessante é comer peixes de água fria. Salmão, anchova, sardinhas entre outros são ricos em ácidos graxos (ômega 3), uma fonte natural de antidepressivos. Uma alimentação rica em vitamina B também é importante, opte por vegetais de folhas verdes. Escolha também alimentos que contenham ácido fólico, como espinafre, brócolis, aspargos, couve, alface, feijão-verde, cenouras, laranja e frutas vermelhas.
Exercícios: Movimentem-se. A prática regular de exercícios físicos proporciona ânimo e disposição. O ideal é que comece aos poucos. Dança, caminhada, corrida, esportes em geral ajudam o organismo liberando substâncias químicas que elevam o bom humor.
Acerte na cor: Antes de sair de casa, opte por um look com cores que animem e estimulem a criatividade e que tragam bons sentimentos, como vermelho, laranja, rosa e amarelo.
Meditação: Meditar é o ato de silenciar a mente e realizar o encontro de si consigo mesmo. Ao meditar, o indivíduo apura sua autopercepção. Combate o mau humor, o estresse e ansiedade. Além de acalmar e permitir a reflexão.

Fonte: Maura de Albanesi é Psicoterapeuta, Pós-Graduada em Psicoterapia Corporal, Terapia de Vivências Passadas (TVP), Terapia Artística e Psicoterapia Transpessoal, além de possuir Mestrado em Psicologia e Religião pela PUC. 

Jornalista responsável: Daniel Santos

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